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Gosto tanto de ler quanto gosto de animais. Gosto tanto que tenho aproximadamente 3 biliões de livros comprados por ler no meu quarto porque não consigo ver um livro que goste e deixá-lo na loja (estou em treinos e estou a ficar melhorzinha!).
No entanto nunca gostei dos típicos livros de meninas. Aquelas histórias de amor exacerbadas que em que a pessoa lê o título e já sabe com 98% de certeza como a história vai acabar. Sempre gostei mais de livros que me fizessem pensar, com significados escondidos e que me obrigassem a parar de ler para refletir sobre a vida. Gosto daqueles livros que nos engolem completamente e nos deixam a vivenciar tanto a história que cada acontecimento é marcante e as personagens já são membros da nossa família.
Li o primeiro livro da Isabel Allende em 2013, no Porto Santo. Comprei-o lá, numa pequenina feira do livro que fazem todos os anos em agosto, mais precisamente no dia 8 de agosto de 2013 (benefícios de quem escreve a data e memórias de onde o livro foi adquirido na primeira página do mesmo. Loucos!) depois de, em busca do livro perfeito para as férias, o meu pai me ter dito que eram uma das escritoras preferidas da minha mãe, o que se revelou mais tarde como sendo mentira, mas foi um excelente erro. Lembro-me perfeitissimamente de o ler, de andar carregada com ele de um lado para o outro e de esperar pelo meu almoço no bar da praia do hotel enquanto lia. O livro que comprei chama-se O Caderno de Maya. Não preciso de pensar muito para me recordar de como o escolhi, escolho os livros todos da mesma forma. Primeiro pelo título, depois pela contracapa e por último e mais importante o último paragrafo da última página.
Veio do Porto Santo comigo direto para o Alentejo, um dos melhores sítios para se ler, à torreira do sol de agosto, sentada à sombra ao pé da piscina com as pernas a colarem-se à cadeira e sempre acompanhada pelos meus três cães. Li-o de uma assentada e são poucos os livros que têm este efeito em mim, é muito raro eu não ir intercalando entre livros, só por isso já diz muito sobre o que eu acho dos mesmos.
Vamos então focar-nos no assunto principal, a minha escritora preferida tinha de ser a Isabel Allende. O Caderno De Maya foi uma viagem fantástica e deixou-me a querer ler mais e mais livros dela. Porquê? Ora, a Isabel tem uma excelente capacidade descritiva não maçadora que me faz ter a capacidade de imaginar tudo sem morrer de tédio, a escrita é divinal, fluida e cativante desde a primeira palavra, mas não são certamente estas as características que me fazem gostar tanto dos livros dela. As histórias que conta é que são do outro mundo. Todas elas têm um bocadinho do Chile o que me deixa encantada, não sei se pela descrição que faz se pelo meu amor profundo aos países da América do Sul e Central ou por porventura noutra vida ter passado por lá, não sei porquê, mas só isso já me deixa fascinada. Depois as personagens principais são sempre mulheres com m grande que não precisam de histórias de amor de contos de fadas nem de um príncipe encantado que as enalteça e ainda que sejam sempre mulheres, são muito diferentes umas das outras, mas sempre com o mesmo espírito (ainda que algumas sejam do seculo 19).
É raro o livro que eu não sinta uma montanha russa de emoções. Há alturas que fico até zangada, não quero ler mais porque me irrito com o que aconteceu ou porque me deixa tão revoltada que só tenho vontade de espezinhar o livro e nunca mais o ler. Os meus momentos de fúria rapidamente me passam, mas esta capacidade que a autora tem de criar emoções tão fortes no leitor através da descrição e do amor que nos faz ter às personagens só pode ser de louvar.
Todos os livros que tinha dela já tinha lido e andava de olho noutro, mas no outro dia vi no continente um com 50% de desconto e comprei, chama-se Filha Da Fortuna. O último livro que li foi a Casa Dos Espíritos e já foi há algum tempo, de tal forma que quando comecei a ler este novo foi como se tivesse voltado a casa e senti necessidade de escrever sobre o assunto.
Existem vários escritores de quem gosto bastante, mas efetivamente a Isabel Allende tem um lugar muito especial no meu coração. Não tenho dúvidas de que um dia ainda vou ler todos os livros que escreveu e será, como sempre, um enorme prazer.
Experimentem, não se vão arrepender.